Bonde da Samy. G_G

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Esse post pra mim é uma forma de me livrar do tédio, então não levem a sério o que lerão nas próximas linhas, isso apenas é um ato de expor minha imaginação, e quem sabe fazer com que os meus adorados leitores soltem algumas risadas após lerem, mas acho que não, afinal estou muito sem graça hoje...

No início de junho de 2006, comecei com um papinho de Bonde da Samy, com início cantando: "Levantem as mãozinhas, batam na palma da mão. É o bonde da Samyzita agitando a multidão" e depois fazendo umas dancinhas espetaculares com a reboladinha até o chão e o treme-treme da bunda que nem a mulher melancia na velocidade 6 do créu... Depois de um dia muito tempo eu resolvi abrir inscrições para que várias pessoas pudessem fazer parte do mais novo grupo que abalaria mesmo a multidão, o grande BONDE DA SAMY!
Chegaram-me vários currículos que pessoas interessadissímas, a maioria das pessoas eram mulheres e travecos. Pedi para alguém com mais paciência contar quantos se inscreveram, e depois de três dias séculos me disseram que 34.087.487 interessados apareceram, e tive um grande susto ao saber que essa legião estava tão a fim de participar de um bonde que nem músicas preparadas possuia e também tomei um grande susto ao ver aquele sorriso da Dona Zefinha (minha vizinha), mesmo sabendo que ela contou os currículos um por um. Com certeza era um sorrisinho falso como o que ela sempre fazia quando alguém pedia café pra ela a cada 5 minutos...
E depois de certo tempo (10 minutos), olhei para aquele monte de papéis em minha mesa, ou melhor, na mesa do barzinho em que estava e pensei como iria selecionar apenas duas pessoas entre 34.087.487... Peguei uma grande caixa de papelão que estava perto do mendigo adormecido e coloquei aquela pilha de papéis dentro, e levei comigo na minha bicicleta da Caloi com cestinha até chegar em casa, onde vejo meu irmão mais novo se sujando na areia em que o gato tinha feito cocô mais cedo e como tinha mais coisas a fazer do que tirar o irmão do lugar em que sempre fica após arrancar a roda de seus carrinhos, entrei pra dentro de casa e vejo o gato acabar com o sofá que tinha ganhado em 1993, nem liguei, afinal ele fazia isso todos os dias e eu não iria pagar de besta pra dar chineladas dele até sair e voltar novamente. Então vou pro meu mini-quartinho onde vejo o vagabundo do meu irmão do meio pelado junto com uma prostituta, e isto já é o cúmulo pra mim, então coloco a caixa com os currículos no chão e pego o vaso de flores repleto de larvinhas da dengue e despejo toda a água que estava dentro de tal sobre os dois, que logo saem do quarto envergonhados, mas antes de ir o meu irmão ainda reclama por eu ter desperdiçado a água dele tomar banho... Nem quero saber disso, apenas quero saber do meu futuro, que estará garantido quando formar meu grupo de funk, e não demoro logo e pego os primeiros currículos, e fico os olhando sem saber o que fazer, mas talvez seja minha indisposição pra fazer aquilo naquele momento. Assim, coloco os papéis na caixa e vou até o quintal, onde chamo meu irmão que está todo fedido depois de um banho de cocô que levou, mas pra isso há uma solução, e está é dar um banho nele. Então o pego no colo e coloco dentro da banheira, onde o ensabôo com o sabão de coco que tinha acabado de comprar, pois estava na promoção e lavo seus cabelos com o shampoo do gato (shampoo de gato é mais barato e mais cheiroso), e logo tiro ele da banheira e o enxugo com a toalha que estava aos farrapos desde 2003. Coloco uma roupinha básica nele, ou seja, uma bermuda rasgada e com um rombo enorme atrás e só. Em seguida, vou até a cozinha preparar algo para comermos, e abro os armários e não encontro nada; abro a geladeira e encontro... Uma vasilha com feijão de anteontem e uma caixa de leite desnatado que já passou da validade faz muito tempo... Pego os três copos descartáveis que usamos todos os dias, e coloco um pouco de leite que na verdade parece queijo ricota pitado de amarelo ouro, e enquanto isso deixo o feijão esquentar para que possamos no servir, até que batem na porta quase fazendo com que ela caia e eu irritadíssima vou ver quem é o idiota, e quando abro a porta vejo que é o Eurico Maciel (marido da Dona Zefinha) que veio nos trazer alguns pães da semana passada, e eu muito agradecida lhe digo obrigada e tchau. Meus irmãos vêm pra cima de mim querendo tomar os pães de mim, mas não deixo que peguem e pra isso coloco os pães dentro da minha calça e o levado do meu irmão mais novo ainda se atreve a tocar na minha periquita pra ver se o pão está lá, que absurdo!
Eles já percebendo que só irei dar se ficarem comportados, sentam-se na mesa e fazem uma carinha de anjo, eu os olho meio desconfiada e tiro um pão da minha calça, e reparto em três pedaços e dou a cada um, obviamente um pedaço, e coloco o meu dentro da blusa, para que eles não tomem. Com toda essa brincadeira acabo esquecendo do feijão no fogo, e quando lembro vejo que o feijão já está queimado, mas nem é problema, afinal temos pão e se juntarmos os dois daria num belo sanduíche, e não é que gostamos mesmo, e o melhor é que ainda tínhamos um queijinho pra fazer a mistura magnífica de alimentos. Meu irmão mais novo, tão bobo, colocou o canudinho de papel que tinha feito dentro do sanduíche pensando que iria sugar algo, e tentou, tentou, e tentou a noite toda, e por incrível que pareça, ele conseguiu sugar um grão de feijão e acabou se engasgando. Dei tantas tapas nas costas dele pra ver se ele se desengasgava que acabei o matando... Mentira! Apenas o deixei com uma tremenda dor nas costas.
Depois dessa, voltei para meu quartinho e vi aquela caixa novamente, suspirei fundo e tire uma boa quantidade de currículos e olhei-os novamente como na primeira vez, então parei e pensei, pensei e parei, e parei novamente e pensei... Vou escolher duas pessoas por sorteio, ou seja, jogo esse monte de papel sobre mim e depois cato dois com os olhos fechados, e aí tá tudo beleza.

Peguei a caixa e joguei todos os currículos pra cima de mim, e senti algo meio esquisito em meu rosto, e quando passo a mão por cima é algo meio elástico, mole, nojento, fedorento e abro os olhos pra ver o que é, e noto que é um monte de Amoeba (massa elástica feita pra brincar, como diria o comercial de tal) verde. Amoeba? Mas essa porra não tinha sumido? Então mudei minha opinião a respeito daquilo, ou seja, pra mim aquilo seria um monte de meleca mesmo. Passei a suposta meleca pelo rosto, pode ser que faça um bem pra minha pele.

Agachei-me e joguei novamente os papéis para o alto e pego dois currículos, os quais seriam da Xênia Pinto e Silva, e o currículo da Valquiria Soneto de Almeida, elas são uma dupla de garotas mais gostosas que eu (mentira) e parecem ser bastante inteligentes de acordo com o que li.

Vou pra casa da Zefinha, e peço pra ela pedir para que as meninas entrem em contado comigo porque foram escolhidas para serem as integrantes do bonde da Samy, e se não falarem comigo hoje vão ser subtituídas por outras. Dona Zefinha, com aquele seu sorriso banguelo e falso ligrou pras garotas do orelhão à cobrar e lhes avisou de tudo... Essa é minha Zefinha! Uhull!

Em meia hora elas chegaram, e ficaram admiradas com minha casa luxuosissíma, e com os moveis perfeitos, e ficaram mais admiradas ao ver meu enorme quarto, e minha pele linda, macia... Maravilhosa! Não demoraram muito e foram direto ao assunto, e passamos horas falando como seria tudo, até que compomos nossa primeira música que se chama: "Dando uma rolê com as popozudas", vou até cantar um trechinho pra vocês.

*pego meu microfone rosa-choque e ligo-o já ansiosa pra mostrar meu vozeirão virtualmente, espero as luzes se acenderem e minhas dançarinas dizem que estão prontas pra remexerem até o palco afundar, e solto algumas risadas que são abertura do meu show, e antes de cantar mando um beijinho pra platéia e sem muito aquilo e aquilo outro começo a cantar*

-Eu sei que você sempre sonhou em estar comigo, baby. Não adianta negar, eu sempre vou saber que com as popozudas você sempre quis dar um rolê.
Por que não tenta ganhar nosso coração? Não é tão difícil, pensando bem é difícl, não vou te enganar, mas quem sabe se você não se esforçar...
Eu sei que você sempre quis estar conosco, lero lero. Eu sei que você nos quer, hihu hihu
Eu sei que você nos deseja, lero lero. Eu sei que sonha em nos ter como mulher, hihu hihu...

*desligo o microfone e o jogo no chão, solto uma piscadela e viro-me de costas, indo embora junto com minhas dançarinas que não rebolaram nenhum pouco, mas também com uma música idiota como esta não tem como dançar, então vou tentar fazer algo parecido como o Créu, beijos*

Continuando a história... Nosso primeiro sucesso nos rendeu bastante dinheiro, nós ficamos muito conhecidas na Ilha do Rato, na favela do Urubu, e na comunidade do Tio Pit Bull. Não é grande coisa, mas já foi um avanço enorme e como.

Certo dia uma gravadora nos procurou, disse que estava interessada em investir na nossa música, dizia que nós tínhamos sucesso e mais um monte de lero, lero. Não iria perder essa chance, então topei. Ele perguntou qual é o gênero da nossa música, e eu fiquei abismada... Como pode? Um homem que quer investir na gente não saber que gênero tocamos. Puta que pariu! Aí eu disse: - Funk! E aindam ostrei um sorrisinho falso igual ao da Zefinha, e agora acho que entendi o motivo de ver tantos sorrisos quando peço algo.

O cara perguntou se tinhamos alguma música fora aquela que cantei, então disse que sim, mas o que nos falta é publicar. Antes de tudo ele pediu pra que eu cantasse o trecho da música, então fechei minha mão direita e fiz de conta que seria um microfone e comecei a cantar:

-Quando as popozudas chegam, o pessoal grita HO, e quando as popozudas se apresentam, os homens babam e as mulheres morrem de inveja.
Mas quando ouvem nosso som, sempre fazem festa!
Vai popozudas! Sempre agitando a multidão, remexendo a bundinha e rebolando até o chão... Uhull!

E foi isso que cantei, e isso foi quase o motivo de levar muitas, MUITAS TAPAS! As garotas disseram que essa foi a música mais legal que já ouviram em toda sua vida, e que se eu tivesse cantando ela antes, ganharia mais dinheiro do que cantando a música anterior que mais parecia um pseudo-pop infantil. O Seu Borges, o cara da gravadora, ficou boquiaberto com todo meu talento, e ficou louco pra gravar minha música, e foi isso que fez imediatamente após ouvir-me. E depois de algumas semanas meu som já estava bombando por aí, tocando em todas as rádios, até naquelas que só tocam música de emo. Comecei a viajar para outros estados junto com a Xênia e com a Valquiria. Fazíamos vários show por aí, e sempre ficavamos com algum fã gatinho, eu sempre pegava uns 7 por show, e até namorei com um que foi o grande amor da minha vida e ainda é. Pena que ele está namorando com uma vadiazinha, mas nem ligo, eu sei que ele me ama, e me quer muito mais que aquelazinha. Uhull!

Todos os finais de semana eu ligava ia pra casa de meus irmãos, que não era mais aquele barraco onde vivíamos, e sim uma casa com 2 andares, 2 piscinas, 40 quartos, 10 banheiros, 2 cozinnhas e mais cômodos. O corrimão da escada era de cristal, e tinha alguns detalhes feitos de ouro. Tinhamos uns 35 empregados, e comida era o que não faltava, assim como roupas de marcas famosas que os meus irmãos babaram ao ver pela primeira vez... Nunca pensei que ser cantora de funk me deixaria tão rica, MAS TÃO RICA ASSIM! Mas não pensem que foi com uma única música que fiz minha vida, eu gravei vários sucessos, e estes foram fenômenos por muito tempo, podem ter certeza. E recordo destes fenômenos até hoje, e nunca esquecerei do dia em que perdi a Xênia e a Valquiria pra o mendigo que roubei a caixa de papelão onde guardei todos os currículos. Safado, o velhote. Sempre dava em cima delas, e sempre quis formar um grupo também, e assim arriscou em cantar sozinho, e conseguiu o esperado, e ainda por cima, tomou minhas dançarinas! Mas isso não foi o término do meu sucesso, isso ainda fez com que eu me tornasse mais famosa ainda, pois consegui mostrar que mesmo sozinha consigo me virar, e junto com meu irmão continuei com minha carreira de cantora de funk, agora formando a dupla "cêcê e essesse", um nome um tanto que idiota, e por isso mesmo foi trocado para "caco e sy", com certeza foi muito melhor que "cêcê e essesse"...

Xênia e Valquiria, pediram inúmeras vezes pra entrarem novamente no grupo, mas recusei seu pedido todas as vezes, pois se me trocaram por aquele velho inútil sem futuro, provavelmente estariam conscientes de que não teriam segunda chance.

Falando de meu presente... Sou hoje uma cantora de pop infantil, e chego a ganhar mais do que ganhava beijos.

Uhull!

4 comentários:

Wander Veroni Maia disse...

Olá!

É uma história de trabalho, de muita luta e sucesso. Ainda fico me questionando sobre esse fato das pessoas que não tem iniciativa na vida e preferem ver a vida passar sem fazer a diferença. Vc fez a diferença e conseguiu vencer, parabéns.

Aqui, quero lhe convidar para passar no meu blog, o Café com Notícias.

Abcs,

=]
__________________________
http://cafecomnoticias.blogspot.com

* Mariana disse...

Poxa, que legal!!!
Admiro muito pessoas como você

Marcelinux vs Windows disse...

caracaaaaa que história grande, mas com um grande fundo de verdade!

muito bom, gostei mesmo

quando puder, visite e comente

http://videoscomediadoyoutube.blogspot.com/

http://daumloud.blogspot.com/

Se Liga Jovem disse...

muito legal a história!

o blog é bem legal também ;)